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“A certificação abriu-me portas na carreira” – Afirma Arrone Macuácua, primeiro auditor certificado admitido através de um exame.

“A certificação abriu-me portas na carreira”

– Afirma Arrone Macuácua, primeiro auditor certificado admitido através de um exame.

A admissão ao Colégio dos Auditores Certificados é um passo importante para o crescimento profissional dos profissionais da área de auditoria. Neste sentido, para elucidar o estimado leitor sobre as vantagens de se fazer parte do colégio anteriormente mencionado, apresentamos a entrevista concedida por Arrone Macuácua, o primeiro auditor certificado admitido, por meio de um exame. O nosso entrevistado destacou que, com a sua admissão ao Colégio dos Auditores Certificados, passou a desempenhar as funções de sócio do departamento de auditoria, numa firma multinacional com representação em Moçambique. Acompanhe a entrevista, na íntrega.

Ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique (OCAM) – Como é que teve conhecimento sobre o curso de preparação para exames de auditor certificado?

Arrone Macuácua ( AM)- Na altura, eu desempenhava funções de auditor sénior numa firma multinacional. Um dos sócios do departamento de auditoria sabia que eu estava interessado em inscrever-me para um curso profissional que pudesse alavancar a minha carreira e sugeriu que me inscrevesse para o curso.

OCAM- O que lhe motivou seguir a carreira de Auditor?

Já tinha a mínima ideia do que eu pretendia seguir, como carreira profissional, quando concorri para a Universidade, entretanto, não tinha a dimensão real do que era um auditor externo ou uma auditoria externa.

O meu desejo em ser auditor veio a confirmar-se a partir do meu segundo nível de formação, na Universidade, na cadeira de Auditoria Externa I, e, mais tarde, Auditoria Externa II, com o mesmo docente, de nome Venâncio Chirrime, a quem aproveito esta oportunidade para saudá-lo. Cada aula por ele dada, acrescia a minha certeza e convicção do profissional que eu pretendia tornar-me.

OCAM-  Que apreciação faz do Curso de preparação para o exame de Auditor Certificado?

AM- A apreciação é positiva. O curso é dotado de matérias práticas directamente ligadas à Contabilidade, Fiscalidade e Auditoria. Enquanto formando, fui notando uma melhoria significativa, no que diz respeito ao meu desempenho profissional.

Cada cadeira leccionada integra uma componente teórica e prática. A componente teórica debruça-se sobre objectivos, âmbito, divulgação etc, das normas internacionais de contabilidade e auditoria, enquanto que a componente prática traz exemplos concretos e diversificados do quotidiano das empresas locais e multinacionais, operando em diferentes sectores de actividades.

OCAM- Quais foram as principais dificuldades que enfrentou, ao fazer o curso?

AM – A formação é ministrada em parceira com a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas de Portugal (OROC), por isso algumas cadeiras são leccionadas por docentes provenientes da referida Ordem.

Nas cadeiras em referência, os docentes traziam exemplos e exercícios diversificados, em consonância com as normas internacionais. Portanto, foi esta parceria com a OROC que permitiu que aprendêssemos matéria fora do nosso meio empresarial e que, enquanto formados, estejamos em igualdade competitiva comparativamente a profissionais dos outros países ou jurisdições.

O outro desafio que enfrentei, durante o curso, teve que ver com a gestão de tempo, uma vez que,enquanto profissional, pois tenho certas obrigações e prazos a cumprir. Assim, tendo em conta que o curso é intenso,  a dado momento, com vista a ultrapassar o desafio anteriormente mencionado, tive de requerer, à minha entidade patronal, um horário especial, principalmente em épocas de avaliações. 

OCAM – Como foi o processo de Estágio?

AM – Feita a primeira fase do curso, imediatamente dei início ao meu processo de estágio. O estágio exige que o formando tenha uma exposição permanente ao processo completo de auditoria, desde a fase de planeamento até à fase de conclusão dos trabalhos de auditoria, incluindo a emissão dos relatórios finais assinados.

Um estágio bem sucedido exige, também, que o formando tenha domínio das normas de contabilidade, em geral, e de auditoria, em particular. Durante os meus anos de estágio, o meu foco foi sempre perceber como é que a teoria e os exemplos discutidos, durante a fase lectiva, traduziam-se na prática. Procurei sempre aliar as normas de contabilidade e de auditoria ao meu quotidiano, assim como perceber que cada procedimento de auditoria está ou deve estar ligado a uma norma específica, desde o planeamento, definição da estratégia de auditoria, análise de risco, procedimentos gerais, testes de controlo e substantivos até à conclusão e emissão dos relatórios.       

OCAM- Agora que foi admitido ao colégio dos Auditores Certificados, que vantagens pode identificar nesse processo?

AM- É sempre bom fazer parte de um organismo profissional reconhecido nacional e internacionalmente.

Após a minha admissão ao Colégio dos Auditores Certificados, para além das normas que regem a nossa profissão, passei a ter, ao meu dispor, profissionais experientes e membros dos órgãos sociais da Ordem dos Contabilistas e Auditores de Mocambique (OCAM), os quais estão abertos a consultas, sempre que revelar-se necessário.

OCAM – Fale-nos, um pouco das vantagens de ser um Auditor Certificado, olhando para o trabalho que fazia antes de ter a carteira.

AM – Ser auditor certificado significa ter licença para assinar relatórios de auditoria em nome próprio ou em representação de uma firma de auditoria.

A certificação abriu-me portas na carreira. Após a minha admissão ao Colégio dos Auditores Certificados, passei a desempenhar funções de sócio de auditoria, numa firma multinacional com representação em Moçambique.

OCAM – Qual é a sua opinião sobre estágio da profissão, em Moçambique, dentro do contexto internacional?

AM –O regulamento da formação dos auditores certificados exige que o estágio seja feito em firmas de auditoria certificadas, assumindo que estas são regidas pelas normas internacionais que regulam a profissão.

No processo de estágio, o formando tem contacto directo teórico e prático com as normas internacionais, de tal forma que terminada a formação, o já formado, esteja tecnicamente dotado de habilidades que lhe permitam a inserção em qualquer mercado, no contexto internacional.   

Que apelo faz aos jovens que pretendem seguir a profissão de auditor certificado?

AM – durante a minha formação de auditor certificado, fui sempre guiado e motivado pela frase do médico, psicoterapeuta, psiquiatra e escritor Brasileiro de nome Augusto Cury, que dizia, passo a citar: “… Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não têm alicerces. Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades e corra riscos, para executar os seus sonhos. É melhor é errar a tentar do que errar por se omitir”.

Assim, partindo desta permissa , aos jovens que pretendem seguir a profissão de auditor certificado, o meu apelo é que sigam em frente com fé, disciplina, dedicação e determinação. 

OCAM – Acha que a formação ministrada pela OCAM é necessária e suficiente para o desempenho das suas funções?

AM – A OCAM está em processo de crescimento e tem estado a conseguir firmar-se como uma ordem profissional de reconhecido mérito, no contexto internacional, no entanto, é necessário e indispensável que os seus membros estejam dotados de conhecimentos suficientes e capazes de fazer frente a contextos globais.

Para além da formação de auditores certificados, julgo necessário que a OCAM desencadeie uma série de formações permanentes, aos seus membros, com vista a mantê-los actualizados, no que diz respeito às normas que regem e regulam a profissão.

OCAM – Com esta formação, sente-se capaz de abraçar uma carreira internacional, no mundo de auditoria?

AM – A parceria da OCAM com a OROC, no curso de formação de auditores certificados, funciona como uma ponte para a integração dos formados, no mercado internacional. Foi por conta da formação que, hoje, na qualidade de sócio de auditoria de uma firma multinacional, consigo interagir e correlacionar-me tecnicamente com outros membros homólogos, sedeados em outras jurisdições.

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